Quarta-feira
09 de Outubro de 2024 - 

Controle de Processos

saraiva@medeirossaraiva.adv.br

Notícias atualizadas

INSTITUCIONAL: Check-up do homem: Live “Novembro Azul” aborda a importância da atenção à saúde masculina no TRF1

Realizada na última quinta-feira, dia 30 de novembro, a live foi promovida pelo TRF1 em comemoração do “Novembro Azul”, mês dedicado à atenção sobre a saúde masculina. Com o tema “Saúde masculina além do câncer de próstata”, a live abordou a prevenção e o rastreamento do câncer de próstata; as doenças da próstata x saúde sexual; os mitos sobre a saúde masculina; as doenças que afetam o órgão genital masculino; e por que os homens vivem menos? O evento ocorreu em formato on-line, transmitido pela plataforma Teams e foi conduzido pelo uro-oncologista Sérgio Andurte Carvalho Duarte. O encontro foi aberto pelas servidoras Aline Maria Lima Sá Campos, do Setor de Promoção da Qualidade de Vida (Setvid) e Ana Alice Siqueira Santos Carvalho, cardiologista à frente da Coordenadoria de Saúde (Coasa), que passou a palavra ao palestrante, o uro-oncologista Sérgio Andurte, com a reflexão sobre ainda ser comum que mulheres tenham que conduzir os homens na busca por atendimento médico. O especialista em Uro-Oncologia, Sérgio Andurte, iniciou a palestra afirmando que o “Novembro Azul” não é apenas um mês para conscientizar sobre a prevenção do câncer de próstata, mas também para alertar sobre a importância da atenção à saúde masculina como um todo. Segundo Sérgio Andurte, os homens vivem em média 4 anos a menos do que as mulheres. O número foi obtido por uma pesquisa australiana, que também apontou a estatística por trás desse dado: 82% das mulheres procuram o serviço de saúde preventivamente, mesmo que não haja algum sintoma, ao passo que apenas 69% dos homens procedem da mesma maneira. Sérgio Andurte explicou que a origem australiana da pesquisa não é em vão. Em 2003, um grupo de amigos australianos fundou o “Movember”, movimento precursor do “Novembro Azul” nascido num bar em Melbourne, na Austrália. A iniciativa começou com a brincadeira proposta pelos amigos Travis Garone e Luke Slattery que pediram a todos os demais que, ao se barbearem para os encontros, deixassem apenas o bigode. O ícone masculino acabou sendo eleito símbolo do movimento. Durante os encontros, o grupo “Movember” abordava o tema da saúde masculina. O movimento cresceu e, em 2023, conta a participação dos países Áustria, Bélgica, Canadá, República Checa, Dinamarca, França, Hong Kong, Alemanha, Irlanda, Holanda, Nova Zelândia, Noruega, Singapura, África do Sul, Espanha, Suécia, Suíça, Reino Unido e Estados Unidos da América. De acordo com o médico, à proporção que o movimento atingiu vem possibilitando o financiamento de mais de 1.250 projetos de saúde masculina desde 2003, com USD 710 milhões arrecadados(dólares). Outros dados da pesquisa australiana apontam que a cada minuto, um homem comete suicídio; que o câncer de testículo é mais comum entre homens de 15 a 34 anos; e que o câncer de próstata acomete mais comumente homens acima dos 45 anos. Ainda segundo a pesquisa, um a cada oito homens será diagnosticado com câncer de próstata durante a vida. Além disso, a pesquisa também mostrou um dado de 2013 que comparou a incidência dos tipos de cânceres. O câncer de próstata está em primeiro lugar com 60,44% a cada 100 mil habitantes, seguido pelo câncer de mama com 40,68% dos casos. Câncer de próstata – De acordo com o uro-oncologista Sérgio Andurte, “a próstata é um órgão que fica logo abaixo da bexiga e é responsável, em termos de volume de líquido, por 90% do que o homem ejacula. Então, a principal função da próstata é produzir o líquido que irá se juntar aos espermatozoides e auxiliar na reprodução”. Sérgio Andurte explicou que a próstata tem correlação com outros órgãos como a bexiga, as vesículas seminais, os ureteres, os nervos e a vascularização da pélvis. A origem do câncer seria uma mutação dentro da próstata em que algumas células ficam doentes e se proliferam de forma descontrolada. Fatores de risco do câncer de próstata – Segundo Sérgio Andurte, com a idade, o risco de se desenvolver a doença aumenta. Ele informa que, no Brasil, a cada dez homens diagnosticados com câncer de próstata, nove têm mais de 55 anos. O médico alertou ainda sobre a importância de se avaliar a história de câncer na família. Homens cujo pai ou irmão teve esse tipo de câncer antes dos 60 anos, devem estar ainda mais atentos aos exames preventivos. O sobrepeso e a obesidade também representam riscos maiores, conforme estudos recentes. Prevenção – O palestrante explicou que a adoção de práticas saudáveis como ter uma alimentação saudável, manter o peso corporal adequado, praticar atividade física regularmente, não fumar e evitar o consumo de bebidas alcóolicas estão entre as principais medidas para evitar não apenas o câncer de próstata, mas também diminuir o risco de várias outras doenças. Além dessas recomendações, Sérgio reforçou a necessidade de uma mudança de comportamento no sentido de que os homens tenham maior iniciativa na busca por atendimento médico como prevenção. Apesar dessa orientação, o especialista alerta que da mesma forma que existe o benefício do diagnóstico precoce, que permite o tratamento na fase inicial da doença, alguns resultados de cânceres que não evoluiriam, podem gerar ansiedade e estresse, além da necessidade de outros exames e tratamentos desnecessários que podem causar impotência sexual e incontinência urinária. Para o médico, “não se deve realizar exames de rastreamento para o câncer de próstata indiscriminadamente. É necessário inpidualizar, personalizar e discutir caso a caso com cada paciente”. Sintomas do câncer de próstata – O especialista destacou que, na fase inicial, a doença pode não apresentar sintomas, mas que os mais comuns são dificuldade de urinar, demora para começar e terminar de urinar, sangue na urina, diminuição do jato de urina e necessidade de urinar mais vezes durante o dia e a noite. No entanto, esclareceu que todos esses sintomas também estão associados a doenças benignas da próstata, como a hiperplasia benigna e a prostatite. Exames utilizados para investigar o câncer de próstata – o uro-oncologista explicou que os métodos de diagnóstico utilizados são o exame de sangue da próstata - Antígeno Prostático Específico (PSA), em que os níveis altos dessa proteína podem significar câncer ou outras doenças benignas de próstata e o exame de toque retal, mas que esse último não deve ser o foco. O palestrante afirmou que “depois de traçado um perfil de risco, muitas vezes esse exame de toque pode ser postergado a cada 2 ou 3 anos ou, eventualmente, até não realizado.” Tratamentos – Sérgio Andurte esclareceu que, além dos métodos diagnósticos, os tratamentos também evoluíram. Ele afirmou que anteriormente as cirurgias eram mais agressivas, com grandes incisões e que, atualmente, por meio de técnica robótica, com incisões de menos de 1centímetro e a precisão dos braços de um robô comandados pelo cirurgião promovem um procedimento cirúrgico minimamente invasivo. O médico revelou que a evolução do diagnóstico e dos tratamentos permitem que hoje “as taxas de cura para o câncer de próstata atinjam 90%”. Disfunção erétil – De acordo com o especialista, a causa da disfunção erétil é multifatorial. Para ele, “é consequência de persos outros problemas, como efeitos colaterais de algumas medicações, tabagismo, etilismo e, muitas vezes, está associado ao diabetes. Existem pacientes com doenças cardíacas graves, que estavam silenciosas e a gente faz o diagnóstico por conta da queixa de disfunção erétil”. O médico acrescentou informações de um estudo que mostra o caso de pacientes com sinais de disfunção erétil, onde o risco de terem um infarto pelos próximos 5 anos é maior do que para a população em geral. Segundo o palestrante, a disfunção erétil pode repercutir em persos graus de sofrimento, ansiedade e desconforto. Sérgio afirmou que “os homens não procuram o serviço de saúde porque têm grande dificuldade de comunicação. Eles guardam esse tipo de sofrimento e podem culminar em coisas mais graves, porque a saúde sexual está intimamente relacionada com a saúde mental”. O médico ressaltou também que o homem aprendeu desde cedo a “engolir o choro, a deixar de lado qualquer sentimento que pareça dor ou tristeza”. O perfil masculino é preocupante porque de acordo com um dado canadense revelado pelo especialista, 75% de todos os suicídios no Canadá são cometidos por homens. Para ele, quando se fala da saúde masculina, a preocupação deve abranger todas as fases e etapas da vida e que é importante que o homem busque e consiga apoio em todas elas. Fertilidade – O palestrante também defendeu a importância da fase reprodutiva do homem, alertando que atualmente existe uma “pandemia de queda da fertilidade”. O médico trouxe a capa da revista The Economist com a informação de que a fertilidade global está colapsando e que o fato poderá gerar consequências importantes do ponto de vista econômico para as gerações futuras. Sérgio revelou também que até 20% dos casais em idade reprodutiva apresentam grandes dificuldades para conseguir engravidar. O palestrante afirmou que 30% dos casos correspondem exclusivamente ao fator masculino. Uma das causas é a varicocele (varizes nas veias da bolsa testicular). Para ele, mais um dado que reforça a recomendação de que os homens devem procurar atendimento médico. Sérgio Andurte Carvalho Duarte é médico formado pela faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB), cirurgião-geral e urologista pelo Hospital das Clínicas (FMUSP), fellowship uro-oncologia no Hospital Vila Nova Star de São Paulo, observership uro-oncologia e cirurgia robótica no hospital da Luz – Lisboa e membro do corpo clínico no Hospital Sírio-Libanês. AN Assessoria de Comunicação Social Tribunal Regional Federal da 1ª Região  
04/12/2024 (00:00)
© 2024 Todos os direitos reservados - Certificado e desenvolvido pelo PROMAD - Programa Nacional de Modernização da Advocacia